Eu te conheci e demorou um pouco pra que eu me apaixonasse por ti, apesar dos teus esforços. Mas aí me amou, depois eu te apaixonei, nos demos bem juntos e então começou aquilo tudo. Um frequentando a casa do outro, nas festas familiares, nas reuniões importantes e tal. Se tu não vinhas, meus familiares sempre perguntavam por ti, se eu não aparecia, as pessoas te perguntavam “cadê a moça bonita?”, e por aí vai.
Mas eu sempre fui a parte mais racional dos dois, sempre fui independente, por mais que eu parecesse a mocinha meiga que precisava de um cara forte pra cuidar de mim. Sempre fui determinada, obstinada, teimosa e, principalmente, “osso duro de roer”. Eu sempre tô certa, por mais que tu não queira admitir. Só que não. A minha lógica feminina ultrapassada me provou bem o quanto eu sinto tua falta, ao tentar me fazer enxergar que às vezes eu podia estar errada. Na maioria das vezes, a propósito.
Passei um tempo longe, fui um pouco menininha, muito mais por estar longe da minha família, tu pode jogar na minha cara, mas de certa forma também foi por culpa sua. Minha vida profissional andou bem, mas a pessoal ‘tava’ um lixo. Eu voltei, a gente ‘tava’ bem, aí de repente tudo deixou de ter sentido, até por que eu não ‘tava’ preparada pra deixar tudo que eu tinha construído pra viver a vida que tu querias pra ti, e só pra ti.
E como não podia deixar de ser, a dona da razão aqui é um fracasso nas questões do coração, por que agora eu sei que muita coisa que eu deixei pra trás e esqueci de te dizer eu poderia ter feito e dito. Só que agora tu estás muito longe e distante, e eu não ‘tô’ falando de quilômetros quadrados.
Eu deixei de te falar, por exemplo, que na verdade eu sempre tive muito medo do que rolava entre a gente. Era tudo muito verdadeiro e engraçado, e eu tenho medo de enfiar minha cabeça e mergulhar fundo, com tudo, na paixão. É eu ‘tava’ apaixonada, pode ser que eu ainda esteja, mas eu sofro menos agora. É, eu sofri. Não é por que eu não ligava de madrugada pro teu celular, desesperada por que tu ‘tava’ numa festa, talvez com outra, com certeza com outras, que eu não estou realmente ligando e me mordendo de ciúmes e coisa e tal. Eu só não gosto de demonstrar, na verdade eu não sei mesmo, eu tentei muitas vezes e não consegui.
Também deixei de falar que eu me importo muito contigo, e que eu sinto tanta coisa legal por ti e que eu só te desejo o melhor, sempre te desejei e sempre vou desejar. Acho que na verdade esse sentir coisas legais pode te confundir um pouco e me confundir também, e eu não quero isso, tá? Mas a gente vai se ver ainda bastante por aí, pela vida. E quem sabe a gente não tropece de novo, hein?
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