Anos atrás nós
éramos, juntos, tudo aquilo que um casal devia ser: lindos, apaixonados,
extremamente ligados, grudentos. Hoje, não sei o que restou de tudo, talvez
brigas, confusões, quase relacionamentos paralelos (você jura que não os teve,
eu também não posso deixar de acreditar, e se eu juro que os não tive, você
insinua que é mentira minha)... Há dias que tudo está bem, e você volta ao
normal, me trata bem, abre a porta do carro pra mim, toca o meu rosto como
antes, fala coisas bonitas. Em outros, some, como vapor d'água.
Você diz que se
importa, mas não me nota. Diz que adoraria estar comigo, mas não liga, não
manda mensagem, não me procura, ou tenta mandar, ao menos, um sinal de fumaça.
Me contento com o pouco, querendo ter o muito, querendo teu tudo, que você
jamais poderá me dar. Por que não me é estranho você sempre desaparecer aos
meus olhos? Fugir dos meus planos, pros seus sonhos, altos demais. São
sonhos demais, sonhos de amor, pesadelos sem paz, tristes, só causam dor. Não
sinto nada, anestesiada, no fundo, eu sei: 'Pode ser até gostar, só que não é
amar." Amar é outra coisa...
Amar é perdoar,
respeitar, se doar, ceder, ter paciência, ser justo, leal, fiel, é não se
enciumar, é confiar, é contar da vida, é saber, conhecer, se importar, e
demonstrar isso. À sua maneira, à maneira de cada um, mas é demonstrar. Será
que a gente tem isso tudo? Será que esse gostar é só um refúgio de quem esteve
a tanto tempo acomodado?
Amar é responder,
corresponder, não há como amar por dois, não é uma via de um lado só. Pra quê
que a gente tem que fingir pros outros que ainda tem amor, o tempo das pessoas
acaba e a gente se envolve por outras, mesmo que não seja aqui, agora, mesmo
que ainda não tenha acontecido. Pelo menos pra mim.
Pode ser sincero,
vai. Me magoa menos tu me dizer agora o que aconteceu, do que esperar três anos
e oito meses pra me falar que dormiu com aquela vad..., ops, garota, aquela que
tanto te enchia o saco, já que eu não podia te oferecer tudo o que tu
queria/quer.
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